A tarde que expira
A flor que suspira
O canto da lira
Da lua o clarão
Dos mares na raia
A luz que desmaia
E as ondas na praia
Lambendo-lhe o chão.
Da noite a harmonia
Melhor que a do dia
E a viva ardentia
Das águas do mar
A virgem intacta
As vozes da flauta
E o canto do nada
Chorando o seu lar.
Os trêmulos vagalumes
Da fonte os queixumes
E os meigos perfumes
Que exala seu aroma
As noites brilhantes
E os doces instantes
Dos noivos amantes
Na lua de mel.
Do templo nas naves
As notas suaves
E o trino das aves
Saudando o arrebol
As tardes estivas
E as rosas lascivas
Erguendo-se altivas
Aos raios do sol.
A gota de orvalho
Tremendo no galho
Do velho carvalho
Nas folhas do ingá
O bater do seio
Dos bosques no meio
O doce gorjeio
De algum sabiá.
A menina que chora
A flor que se cora
Aos raios da aurora
No albor da manhã
Os sonhos eternos
Os gozos mais ternos
Os beijos maternos
E as vozes de irmã.
O sino da torre
Carpindo quem morre
E o rio que corre
Banhando o chorão
O triste que vela
Cantando à donzela
A trova singela
Do seu coração.
Os trêmulos lumes
Da veiga os perfumes,
Da fonte os queixumes,
Dos prados a flor,
Do mar a ardentia
Da noite a harmonia,
Tudo isso é poesia
Tudo isso é amor!!!
( a procura do autor)

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